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Marcello Miranda Machado Filho

AS 3 DIMENSÕES SOBRE O FUTURO DO TRABALHO

Atualizado: 19 de nov. de 2020

Muitas vezes, quando pensamos no futuro do trabalho, é comum imaginar que a automatização das distintas atividades operacionais irá criar diferentes dinâmicas de trabalho. Mas, quando pensamos em como tangibilizar e tornar um pouco mais palpável essa realidade, podemos avaliar que o futuro do trabalho está mais relacionado com o humano do que podemos pensar.


Em um estudo realizado pela Delloite, foi apontado que o futuro do trabalho afeta diretamente três dimensões, dentro de uma organização. A primeira dimensão é o próprio trabalho, o “o quê” se faz naquela empresa; a segunda é a força de trabalho, ou seja, quem realiza esse trabalho; e a última dimensão é o local de trabalho, onde aquela atividade é realizada.






O trabalho em si


Ao analisar a dimensão do trabalho em si, o que podemos imaginar para o futuro é como podemos utilizar a tecnologia, que cada dia se desenvolve e se torna pouco a pouco mais acessível, nas nossas atividades diárias. Com o desenvolvimento da robótica cognitiva e das tecnologias de inteligência virtual (AI), é importante analisar quais trabalhos podem ser feitos por e com máquina inteligentes.


Essa substituição de mão-de-obra não significa necessariamente perda de postos de trabalho, na verdade, exatamente porque os empregos do futuro devem ser mais automatizados e orientados por dados, muito provavelmente esse tipo de trabalho irá requerer habilidades humanas em áreas como resolução de problemas, comunicação, interpretação e design.


E isso significa um ganho para os próprios profissionais, já que, à medida que as máquinas assumem tarefas operacionais, cansativas e rotineiras, as pessoas passam a ter mais tempo e liberdade para desenvolver pesquisas que melhorem processos, fluxos e entregas.


Entretanto, para fazer tudo isso acontecer com sucesso, será extremamente importante o papel das áreas de Treinamento e Desenvolvimento de pessoal (T&D), dentro das áreas de Gestão de Pessoas. Trata-se de uma mudança na forma como concebemos o trabalho em si, será necessário qualificar e requalificar muitos profissionais.


Aqui, quando falamos de qualificação, estamos falando de desenvolvimento de habilidade específicas que possibilitem ao colaborador realizar as novas tarefas para as quais ele foi assignado. E quando falamos de requalificação, é oferecer conhecimento e ferramentas que possam ajudar esse profissional a se manter atualizado e continuar exercendo suas atuais funções no trabalho, ou seja, ele já exerce esse trabalho, porém precisa se atualizar e otimizar sua execução.


O profissional e sua relação com o trabalho


Aproveitando que falamos tanto sobre o trabalhador, é interessante observar que a própria dinâmica e os tipos de trabalhadores também estão se diversificando. Hoje, é possível contratar uma pessoa em tempo integral, mas também existem outras possibilidade de contratações, que vão desde prestadores de serviço individuai até coletivos de trabalho que podem entregar um projeto inteiro conectando diferentes profissionais a essa atividade.


Esses novos formatos de trabalho permitem que os líderes das empresas possam construir organizações mais dinâmicas, com entregas mais ágeis, sem perder qualidade naquilo que é entregue. Isso, sem falar da possiblidade de criar uma composição mais criativa e diversa no ambiente de trabalho.


Todos esses modelos diferentes de trabalho, poderão alterar nossa visão sobre o ciclo de vida tradicional de um funcionário, que hoje em dia se resume a “atrair, desenvolver e reter”. Como uma previsão sobre o que viria no futuro, a Deloitte prevê um novo possível modelo para esse ciclo, que começa com acessar a força de trabalho; realizar uma curadoria para desenvolvimento individual; e por fim, envolver aquele colaborador, seja ele de tempo integral ou não.

1. Acesso: trata-se da forma como você aproveita os recursos e habilidades das pessoas, dentro da empresa ou no ecossistema exterior à companhia. Buscar profissionais que tenham o que você precisa, sejam eles funcionários internos de tempo integral ou profissionais que não fazem parte da organização e podem somar naquele projeto. Ex.: procurar em coletivos de profissionais pessoas externas à empresa, que possam colaborar com o seu projeto.

2. Curadoria: são todas as possibilidades de desenvolvimento que a empresa apresenta para os seus colaboradores, ou seja, os benefícios e prêmios são alinhados segundo as necessidades de cada indivíduo. É um processo de desconstrução de desenvolvimento que pode chegar até mesmo a benefícios que impactam a vida pessoal daquela pessoa. Ex.: algumas pessoas preferem mais tempo com sua família, enquanto outras pessoas podem preferir mais dias de férias e ainda existem pessoas que preferem bônus financeiros.


3. Engajamento: é a capacidade de engajar e interagir com os seus colaboradores, com o objetivo de construir um relacionamento que seja atraente para todos os envolvidos, gerando insights para melhorar a produtividade e impactar positivamente a carreira e desenvolvimento dos envolvidos, assim como o crescimento da empresa, aproveitando as novas formas de se trabalhar em equipe.



O local de trabalho


Quando só existia o formato de trabalho presencial, era necessária a proximidade entre as pessoas para que elas pudessem trabalhar. Agora, com o advento da comunicação digital, da colaboração simultânea em plataformas eletrônicas e do desenvolvimento das tecnologias de realidade virtual, tudo isso mudou.


As empresas têm a oportunidade de criar ambientes colaborativos, mesmo que suas equipes estejam distribuídas mundo afora. Essa nova situação cria desafios para as empresas e pessoas, que têm a possibilidade de reimaginar e desenvolver novas conexões à distância, mesmo que ainda continuem existindo os escritórios físicos.


Essa flexibilidade de local de trabalho gera muitos benefícios para a empresa, que pode aumentar sua eficiência, reduzir custos com um espaço físico e até oferecer essa mobilidade como mais um benefício para seus colaboradores. Entretanto, é necessário atenção, uma vez que, criar conexões e desenvolver um sentido de pertencimento nos funcionários demanda um esforço diferente quando se trata de criar uma cultura organizacional que se adapte a esse novo ambiente de trabalho.



O conteúdo faz parte da série produzida pela Insider sobre temas que envolvem o Futuro do Trabalho. O nosso objetivo é inspirar e apoiar as áreas de T&D na tomada de decisão sobre o Futuro da Aprendizagem. Quer saber como reinventar o processo de aprendizagem da sua empresa? Fale com a nossa equipe!




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